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Estacionamento - Subsolo

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Mensagem por Ramonna C. Bellegard Seg Out 20, 2014 7:26 pm


O estacionamento outrora fora ocupado por centenas de carros e um vai e vem de pessoas interminável, hoje, porém tudo o que se vê é um amplo espaço cheio de colunas e errantes. A iluminação provinha das luzes artificiais que há muito se queimaram, um lugar escuro e fácil de se perder- uma vez que a luz do Sol não chega até lá. Se deseja arriscar sua vida, o lugar é esse.

07:00 PM - 06:00 AM: Perigo Máximo (cerca de 100 à 150 zumbis ou mais no local)
07:00 AM - 06:00 PM: Perigo Normal (carca de 20 à 70 zumbis ou mais no local)

by Chuck

Ramonna C. Bellegard

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Mensagem por Daniel Kirchen Qua Abr 15, 2015 7:15 pm

[



Vive la vida


No silêncio da noite
No vaguear dos mortos
As almas se quebram
E a existência se abala
Os mortos estão bem vivos
Mas nós já estamos mortos
]


Os passos eram cansados e um pouco ao acaso, mas eles continuavam mesmo assim. Depois de uma paisagem podre ambulante que durou semanas, ao menos ali os focos eram poucos e dispersos. Era fim de tarde, e o céu já estava ficando laranja. Algumas nuvens distantes ameaçavam molhar tudo. Um leve vento frio batia em sua pele e Daniel sentia algo revirar dentro de si. Um sentimento distante, uma nostalgia. Saudade de sua casa, de sua calma, de seus pais, de seu futuro. Às vezes a ficha insistia em não cair, e ele se perguntava se era possível tudo voltar ao normal. Mas sua parte lógica dizia que todos estavam ferrados até o pescoço.

Em uma outra época não muito antiga, ele estaria segurando a mão dela. Mas agora Carrie não era mais aquela garotinha assustada. Em cinco meses ela havia crescido vários anos. Seu olhar estava mais penetrante que as balas da arma que carregava.

Cinco meses, isso não era pouca coisa. Um pouco de loucura se hospedava nele a cada dia. Algo poeirento e cinza, como fuligem que quanto mais você tenta limpar com as próprias mãos, mais suja. Infecta. Se não fosse por ela, ele com certeza já teria feito alguma loucura. Seja colocar uma bala na própria cabeça, ou sair no meio da rua alvejando qualquer pedaço podre que aparecesse. Enquanto caminhavam procurando algum carro que ainda pudesse ser útil, ele avistou a entrada de um estacionamento. Carros protegidos e talvez algum abrigo. "Abrigo". Ele sabia o que os esperava lá dentro.

- Não atire, ao menos que seja necessário. Pegue a lanterna e algo para se proteger.

Isso era algo que eles deviam ter se acostumado. Mas o coração sempre acelerava, ao menos o dele. Não dava para se acostumar com isso. Ambos carregavam duas mochilas com suprimentos e munição. Daniel retirou a lanterna da cintura e ligou, pegando a machadinha em seguida. Passos lentos e cuidadosos, ambos adentraram no escuro. O lugar era frio, e o cheiro de andarilhos era bem perceptível. As lanternas não iluminavam quase nada, mas era possível ver alguns carros abandonados.



[addictional info.]
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Tagged: Bang
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Thanks, IT



Daniel Kirchen

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Mensagem por Carrie Kirchen Qua Abr 15, 2015 7:50 pm

Eu estava extremamente cansada. Meus passos já não eram mais os mesmos da manhã, minhas pernas começava a oscilar e eu temia não conseguir alcançar mais um passo. Mas, deveria sempre me lembrar: um de cada vez. Sempre foi assim, por que agora seria diferente? Bem, agora tudo era diferente. Até mesmo eu estava diferente. Quem me vira cinco meses atrás jamais poderia dizer que era a mesma. Carrie já não usava mais roupas de grife, tampouco andava de carro com as amigas ou ia para o colégio. Agora, não mais. A Carrie de hoje estava suja de poeira, suja de sangue de morto-vivo, suja de si mesma. A última vez que me olhei no espelho foi há tanto tempo que até temia olhar meu reflexo outra vez.

Parecia ter passado uma eternidade desde que tudo se transformara. Em um dia estava tudo bem. No outro, boom. Uma explosão que tirou de nós a paz. Nós. Em cinco meses tudo o que encontramos foi pedaços de pessoas e pessoas que não eram mais pessoas. Eu não sabia o motivo de estar viva, mas se me perguntassem algum dia porquê sobrevivi, diria sem nem mesmo pestanejar que minha razão havia sido ele. Daniel vinha lutando comigo e por mim. Fora ele quem me tirara dos escombros da minha antiga casa, ele que me ensinara a sobreviver e vinha me ensinando desde então a ser mais durona. Parecia que alguém, finalmente, tinha aprendido alguma lição.

Tínhamos andado por quilômetros infinitos – era o que me parecia – até que Daniel põe-se mais alerta do que outrora. Todos os meus sentidos estão extremamente aguçados. Olfato, audição, visão... Os principais para perceber qualquer coisa, qualquer movimento. Percebendo sua mudança de postura, faço o mesmo e inclino meu tronco para frente, como se pudesse me esconder na escuridão. A alguns passos de nós, visualizo o que, provavelmente, deixou o rapaz ao meu lado em estado de alerta máximo. Acenei positivamente às suas palavras, não ousando nem mesmo abrir minha boca. Apossava de uma pistola na mão direita quando ouvi suas instruções, guardando-a na cintura. Possuía um facão 60 cm na esquerda, apanhando uma das pequenas lanternas que havia pendurada em meu cinto utilitário.

Meu coração martelava com tanta força no peito que acreditava poder ser audível para qualquer criatura. Eu só podia pedir silenciosamente que aquele lugar não tivesse o suficiente para me matar. Sobreviver era difícil, às vezes pensava ser muito mais fácil me entregar a um dos carnívoros e dar fim a isso. Porém, a cada vez que encontrava um deles, meu instinto de sobrevivência falava mais alto, fazia-me lutar com tudo o que havia para conseguir respirar por mais uma vez. E foi isso que fiz: respirei fundo, soltando o ar vagarosamente pelos lábios entreabertos antes que adentrássemos no estabelecimento.

Inicialmente, tudo parecia vazio. As lanternas fracas iluminavam o local, o silêncio reinava, mas eu sabia que aquele silêncio não duraria muito. Mesmo quando tentamos nos preparar para o pior, não estamos realmente preparados. Assim, o primeiro grunhido de um morto-vivo trouxe-me calafrios. Os pelos dos braços eriçaram, estremeci. Não era medo. Era mais que isso. Precisamos limpar o local. Era tudo o que eu sabia. Haviam carros abandonados, tantos que não parecia ter fim. Andamos por uma, duas, três vagas até que apareceu o primeiro. E depois o segundo. E o terceiro. Em questão de segundos, estávamos no centro de uma dúzia. Não era uma dúzia onde a metade estava extremamente debilitada. Era uma dúzia onde todos estavam tão inteiros que poderia julga-los vivos, se não fosse pelos pés arrastando e a vontade escancarada de alimentarem-se dos nossos cérebros. Daniel, assim como eu, sabia o que fazia. De costas um para o outro era mais fácil de proteger um ao outro.

Um... Dois... Três... Quatro... Contava mentalmente, até que o primeiro estava em uma distância segura para que eu pudesse apunhalá-lo no centro da testa. Outro pela direita e um pela esquerda, dei apenas um passo para frente e ergui o pé para acertar o peito da esquerda com a bota e fazê-lo se desequilibrar por tempo suficiente até furar uma nova cabeça. Não era tão dura quanto deveria ser, já que haviam células mortas que se dissipavam facilmente no corte do facão. Outro. Mais um. Já foram cinco. Mas havia um seis caído no chão, um seis que conseguira me puxar pela bota. Senti o baque da mochila no chão e minhas costas contra a mochila. Deitada, o desespero era maior. Com os olhos arregalados e o coração palpitando, aquela era uma boa hora de morrer. Tudo contribuía para que ele começasse a me comer pelo pé e fosse subindo até que arrancasse meu coração. Até lá, a dor seria tão forte que eu morreria antes. Mas, eu não podia ceder. Um pequeno gemido saiu de meus lábios, algo como um grito de socorro que fora baixo demais. Tentei me segurar no cimento, mas não havia nenhuma saliência que me desse impulso. Minha arma... Onde estava minha arma? Se eu atirasse, poderia atrair ainda mais. O eco. Não podia atirar. Com a força tirada de não sei onde, desferi dois chutes na mão que me puxava. — Me solta, seu monte de merda! — Ordenei, sabendo que ele não responderia. Não conseguia ver Daniel, mas pedia mentalmente sua ajuda, uma vez que não poderia atirar e meu facão tinha escorregado para alguns metros longe de mim.
Carrie Kirchen
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